Análise de degradação por tribocorrosão em explantes ortopédicos metálicos

Dentro do corpo humano os implantes ortopédicos metálicos sofrem um processo de degradação por tribocorrosão. Essa degradação ocorre pela combinação sinérgica positiva do desgaste, gerado pelo movimento relativo com contato entre as superfícies dos implantes, com a corrosão, geradas pelos fluidos corporais. Como efeito dessa degradação, partículas e íons metálicos são geradas e ao entrar em contato com os tecidos ao redor do implante, induzem ao longo do tempo eventos adversos, tais como metalose, osteólise e soltura asséptica. Nesse sentido, a análise de degradação dos componentes metálicos de próteses de quadril é realizada através de imagens obtidas no estereoscópio, em diversas ampliações, com intuito de identificar a degradação gerada pelo desgaste e corrosão da superfície dos implantes metálicos. Esses mecanismos são classificados em 4 ou 5 níveis de severidade e avaliados em diversas regiões dos implantes ortopédicos, a fim de mapear toda a superfície de articulação e identificar as regiões com maior degradação. Ressalta-se que as superfícies avaliadas são as dos próprios implantes e do cimento ósseo. Os níveis de severidade identificados são correlacionados com informações do paciente, características químicas, metalográficas e dureza, características da superfície, tipos de partículas e íons gerados, e design dos implantes. A partir dessas correlações, serão elaboradas propostas de melhorias que visem reduzir a degradação por tribocorrosão relacionadas a modificações no implante (design, superfície e material), melhorias no procedimento cirúrgico e na escolha dos pares tribológicos. Desta forma, a pesquisa nessa área tem potencial de aumentar o tempo de vida útil dos implantes ortopédicos e melhoria das propriedades do cimento ósseo.